Mostrando postagens com marcador festas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador festas. Mostrar todas as postagens

23/06/2013

A Noite dos Mouros



Nesta noite de na que os Mouros deixamonos ver, e na de que milleiros de cacharelas imuninan Galiza xunto con unha lua astronomicamente enorme, un por mouro que sexa non deixa de sorprendese un chisco ao mirar ao ceo, xa é moita casualidade que ao chegar estas datas te entre pola porta da Mamoa sempre a mesma raiola de sol, esa raiola de sol que nos desperta sempre nestas data ..., xa é moita casualidade, xa é


fai milenios nestas noites (dia mais dia menos) as nosas Mourelas enchianse de xente neste dias, e nos saiamos uniamonos a festa vestiamos -por un dia- o aspecto da xente ...logo deixaron de vir, curiosamente desde fai un tempo voltamos a ter visitas na casa nestas datas, xente que nos volve ver ao castro, ao cronleque a mamoa para pasar con nós esta noite ...


bon non vos damos mais o croio que supoño que andaredes preparando o foleón. So desexarvos bo lume, e aconsellaros que busquedes un lugar "ben mouro". Nós andaremos polo noso Castro de Elviña coa nosa cacharela, se por ali pasarades, xa sabedes: ... quedades invitados! 


+ sobre esta noite: Através do lume e do tempo

05/12/2011

Nera, Oghmios, Cuchulainn e os seus paralelismos na Kalláikia

despertadoteusono.blogspot.com
David Outeiro
13/11/2011


- 2ª parte -

No que diz respeito ao aspecto das ligaduras e da guerra aparece no "panteão" galaico na figura de Bândua. Um achado descoberto no acampamento romano de Banhos de Bande (Aquis Querquernis) remete-nos a uma representação dessa deidade que deu nome ao topónimo do concelho. Consiste numa figura dum deus guerreiro que apresenta uma corda atravessando o seu peito. Esse laço que envolve o seu peito corresponde-se com o de Oghmios e inclusivamente com o nome de Bândua os quais estám relacionados: *bhend, "atar" (A. Pena Granha). Essa anudadura supõe uma ligação, um vinculo entre as fratrias que lhe rendem culto. O seu nome aparece em relacionado em vários epítetos que denotam as suas qualidades: Aposolego "forte na vitoria", Cadogus "o lutador", Aetobrigus "a fortaleça dos fogosos" ou "fogosamente forte", Roudeacus "vermelho" (cor relacionado com os guerreiros) etc. O epíteto Aposolego é claro em relação à sua força na batalha. Citando a Blanca García-Fernández Albalat (1990, pp 185-1909; "A vitoria neste deus não seria mais que a derrota do inimigo após a sua imobilização imobilizando-lhe os membros com os seus laços mágicos" .Outra citação da mesma autora diz: “estão registradas estas capacidades que achamos nas divindades indo-europeias: a de atar, ligar, implícita no seu nome e a guerreira derivada dos seus epítetos e da "interpretatio". Por estas causas devemos deduzir, que existe alguma semelhança entre Bândua e este tipo de divindades. Ora bem, se é evidente que as comparações com os deuses dos laços no mundo indo-europeu dão explicação ao vínculo existente entre as ligaduras mágicas e a guerra, ainda permanecem sem resolver duas caraterísticas que atingem a Bândua: a confusão que se apresenta entre Marte e Mercúrio (39) e a relação com as comunidades. A primeira ao nosso entender só podemos resolvê-las no seio do panteão celta e a sua particular concepção da guerra e a magia. A segunda incógnita desvenda-se procurando de novo no seio das religiões indo-europeias, com o fim de pesquisar se os deuses dos laços dirigem a um grupo de gente determinado ou se é que se formam confrarias seguindo ou imitando os deuses dos laços”. No que diz respeito da sua posição, há que dizer que é um deus de primeira função ao modo do Odin germânico mas também se lhe atribui o aspecto obscuro da função soberana Dumeziliana. Bândua é um deus guerreiro mas também pode estar relacionado com a agua, de facto existem banhos termais na zona de Aquis Querquernis. A mesma relação pode estar presente em Bormánico, do proto-indoeuropeu “bhreue” (ferver, violenta efervescência). Mas temos de ter em conta que Bândua têm relação com Coso e com Marte, de facto foi identificado erroneamente com este último por desconhecimento dos arqueólogos ou historiadores. O deus aparece "recrutado" pelas tropas romanas por causa do seu carácter, testemunhado pelo epígrafe "Martis socio Banduae". Bândua e Coso são duas versões galaicas, ao meu ver, da mesma divindade. No caso de Coso, que aparece onde não aparece Bândua e ao invés, trata-se igualmente dum deus guerreiro mas também é um deus vinculado as aguas e à confluência destas. Este aspecto vemo-lo no seu "irmão" do Norte da Grã-Bretanha e França: Condatis. Estes aspectos aparecem claramente em Aquis Querquernis. Um deus guerreiro vinculado a fratrias galaicas que pertenceriam as tropas romanas mas também ao rio e a aguas termais. Isto não é estranho, pois muito do que se tem por romano na Gallaecia realmente é uma nova forma de se verem refletidas na cosmovisão galaica celto-atlântica: Novos jeitos de velhas formas.

A morte do grande guerreiro Cuchulainn em Muirthemne achega-nos um dado de muito interesse: Quando ao guerreiro irlandês lhe chegou a sua hora no campo de batalha é atado pela cintura a uma coluna de pedra. Morre assim o guerreiro dignamente, marcado o trágico final por um corvo que se pousa sobre ele. Esse corvo é Babd (da tríada de Morrigan e Macha), o mesmo corvo de mau agoiro para os galegos, essa velha deusa chamada na mitologia galega " A Lavandeira" que a sua vez tem relação com um pássaro. Achamos de novo a mesma simbologia vinculada à guerra e à última viagem guiada por Oghmios. Mas se analisarmos a história de Cuchulainn podemos tirar dados de interesse. O nome original deste heróico personagem era Setanta. Este, numa ocasião, de criança, foi visitar o seu pai adoptivo à casa do ferreiro Culann. Nesse momento, teve de se enfrentar ao cão do ferreiro, vendo-se na obriga de o matar. Setanta comprometer-se-ia a fazer de guarda a Culann por ocasionar a morte do seu cão e foi por isso pelo que adoptou o nome de Cuchulainn: o cão de Culann.

O professor André Pena Granha diz ao respeito: "Setanta "Caminhante" e "Ogmios" o caminho são uma mesma coisa, representa ao solar deus no seu decadente e psychopompos aspecto. A acidental' morte do cão de Culann intensifica o caracter psychompompos. A última fase do Deus, como a de Odin, é a sua morte, defendendo aos seus colegas. Tanto se ata à árvore para morrer lutando, quanto os seus laços servem logo para arrastar aos seus colegas caídos em combate ao Além". Blanca García-Fernández Albalat diz ao respeito "É muito possível que existisse um vínculo muito forte entre Ogmios e Cúchulainn, pelo menos de tipo funcional. Cúchulainn é filho de Lug do mesmo jeito que Hércules é de Júpiter, e por outra parte, Ogmios na Gália é qualificado de Heracles”.

Voltando ao Echtra Nerai, achamos muitos aspectos dos que falamos no anteriormente. Nesta noite, Nera, leva aos defuntos á procura duma petição ao mundo dos vivos. Mas só podem aceder à terceira casa, o último passo do sol, o da decadência do astro mas também pode ter a ver com as mágicas atribuições deste número. O paralelismo do morto é o mesmo dos disfarces, de pintar-se a cara com chamiços no Magusto e pedir comida pelas casas, é o facto de dar uma oferenda as Ânimas a cambio da tranquilidade (a parte pelo todo). Infelizmente, na historia de Nera, o enforcado não ficou contente pois considerou que a agua que lhe deram de beber não era viável. Depois Nera tem uma visão e acesa ao mundo do Sidh, onde supostamente estaria a sua gente decapitada. Para entrar, acede por uma cova, uma forma de aceso ao mundo dos mouros como conta a lenda da "cova da coruja", o sidh galego. Já dentro, Nerai é aceitado ainda que tem a obriga a levar lenha. O guerreiro inclusivamente chega a casar lá. Já sabemos que os galegos que casam com a moura ficarão com ela no grandioso mundo dos mouros. Volta de novo a Ráth Cruachna, com um tempo que não se corresponde com o passado no sidh, alteração que também se produz na mourindade. Finalmente a sua gente acesa a este mundo, vence, e leva três tesouros. A procura dos tesouros são é constante da mitologia galega, sempre ao redor das mâmoas e dos castros, e no contato com os mouros.

Acho de interesse fazer de novo uma reflexão com respeito à etimologia do Magusto. Como apontei anteriormente sobre o Sámanos e o Magusto, Mag é um termo que faz referencia a achandar ou chaira. A chaira é para os povos celtas uma alegoria do mar, o qual representa ao Além. É por isso que as Óenach de Irlanda ou as Oinakoi da antiga Kalláikia se faziam em lugares de chãos. Mas essas chairas estavam num lugar elevado e fronteiriço. Precisamente essa relação existe na mitologia irlandesa com a designação do Além como Mag Réin, a chaira do mar. Se o Magusto se faz em outeiros, lugares fronteiriços e visíveis desde vários pontos duma ou varias paróquias, isto leva-nos a este carácter sacro de chaira e altura como comunicação com o Além. Pois bem, se a característica do Magusto é a sua realização nestes encraves, poderíamos estar a falar da raiz Mag como chaira com estas conotações?. Temos também o elemento do fogo: Ustus, enceso pelos druidas na óenach de Tara. Mas também não podemos excluir a hipótese de que estejamos ante um termo que provenha duma etimologia cruzada com umas características que definem o festejo: Mag (celta) como chaira; Mago (latino) como druida e depois o elemento do fogo.


(CONTINÚA)

25/11/2011

Echtra Nerai. A aventura de Nera, o guerreiro valoroso.

despertadoteusono.blogspot.com
David Outeiro
13/11/2011

- 1ª parte -


Um antigo escrito irlandês do Ciclo de Ulster conta uma velha história ao redor do tenebroso tempo do Samhain. O mítico relato fala-nos do Echtrai Nerai. A aventura de Nera. Esta história é um velho legado que fala das aventuras dum valente guerreiro celta. Mas isso sim, ainda que semelhe velho e longínquo, chegaremos a ver como os sucessos que descreve encaixam com o velho Sámanos galaico e o Magusto atual. As portas do além estão abertas, vejamos o que nos trazem...

“A noite do Samhain chegara ao reino de Connacht e a Óenach desta celebração transcorria na Rát Cruachna. O rei Aillil e a rainha Mebd estavam presentes neste palácio. O rei dispus-se a pôr a prova a sua gente oferecendo a sua valiosa espada com empunhadura de ouro a em troca duma façanha. A sua espada seria para aquele que ousasse a pôr uma fita aos presos que foram executados no dia anterior. Os prisioneiros foram julgados e sentenciados a morrer enforcados durante a assembleia do Samhain.


Os presentes não puderam evitar a surpresa perante tal oferecimento pois aquela era uma noite muito perigosa e aterrorizante .Já sabemos que a barreira entre o mundo dos vivos e a dos mortos estava a esvaindo-se. Mas havia um valente guerreiro presente na celebração: Nera. Foi ele quem aceitou a proposta.


Nera coloca-se uma armadura e dirige-se ao lugar onde se acham os enforcados. Enquanto lhes colocava as fitas, um dos enforcados disse-lhe ao guerreiro que teria que levá-lo a beber. Nera aceita e o enforcado elogia o seu comportamento. Por causa disto, terá que levar o enforcado às suas costas até achar água para ele.

Seguidamente o guerreiro levou o enforcado para uma casa mas o defunto rejeitou entrar posto que esta estava rodeada por um lago de fogo. Continuaram até uma segunda, mas acharam-na rodeada por um lago de água, pelo que se vem obrigados a continuar. Chegaram a uma terceira casa, onde por fim, o defunto satisfez a sua sede. Após ter bebido o terceiro copo, o enforcado cuspiu sobre os rostos dos moradores da casa provocando neles a morte. Perante isto, o Nera devolveu-o a forca.

Nera retorna e vai na procura de Aillil, mas acha a fortaleza destruída pelas tropas do Sidh, o exército do Além. Nera após esta situação penetra na Cova de Chruachain, uma das entrada ao Sidh. Dentro, já, dá com as cabeças cortadas da gente da Rát Cruachna. O guerreiro é descoberto pelos habitantes do Sidh e para ficar, vai ver-se obrigado a fornecer lenha.

Com o tempo e antes do seguinte Samhain, a companheira de Nera no Sidh conta-lhe que viu uma imagem da destruição do Cruachna mas que não era real. O que Nera viu no Samhain era uma visão, uma premonição do que ia acontecer no próximo Samhain. Nera voltou com a sua gente chegando a receber a espada do rei. Mas o tempo que tinha passado no Sidh não se correspondia por excessivamente dilatado com o tempo no mundo dos homens. A sua gente foi advertida e preparam-se para atacar o Sidh quando se produzisse a nova apertura deste durante o Samhain. Os guerreiros de Connacht venceram aos do Sidh e conseguiram três importantes tesouros ainda que o valente Nera ia ficar no mundo do Além até o fim dos tempos”.

Como podemos comprovar nesta narração, Nera é um guerreiro que têm a capacidade de se deslocar entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos tal e como analisaremos. A etimologia do seu nome remete-nos a "força, grandeza" mas também a "chefe". No velho galês existe a palavra "nar",quer dizer, chefe. No gaélico "ner" significa javali, animal relacionado com a fortaleza e os guerreiros. Na antiga Kalláikia, ao sul do Cabo Fisterra, existia uma treba chamada "Neros" (Nerii em latim) relacionada também com este significado. Neros/Neroi provém do celta NERIOI que significa "virís, cheios de força masculina"; adjetivo de Neros "varão, macho". Há que apontar a que na narração do Echtra Nerai, o enforcado louva a Nera chamando-lhe "viril" por ajudá-lo. Neros/Neroi é o nome que se dava a si própria esta treba mas eram conhecidos por outras trebas com o nome de Supertamaricos em época latina, anteriormente como ALLOTAMARIKOI ou ALNOTAMARIKOI (As tribos calaicas, Higino Martins. p 191). Este povo, recebia o seu nome porque morava para além do Tâmara-Tambre, um rio temido, perigoso e relacionado com o além e a deusa tenebrosa. Segundo diz o Higino Martins na sua obra, essa é a origem do nome do rio, a designação de tenebroso... semelhante ao Hades, o escandinavo Gjallr, ou o rio de ondas negras que há que passar para chegar ao país do além: Tuoni. Nomenclatura similar recebe o famoso rio Tamisa de Londres.

Outro aspecto interessante de Nera é o facto de ter que atar aos enforcados. O facto de os atar, suporia que suas as Ânimas não poderiam abandoar o corpo que empregaram durante a sua vida. Mas a sua vez pode ter um sentido psycopompo, quer dizer, de levar as Ânimas de cara ao além. Este vinculo entre os laços e a condução das Ânimas ao outro mundo está presente no deus gaulês Oghmios (irlandês ogma) que possui uma cadeia que atravessa a sua língua e pela que leva aos homens atados pelas orelhas. Mas esta cadeia pode ser uma representação simbólica do seu caracter persuasivo e sábio. Oghmios têm a capacidade, portanto, de persuadir os homens e levá-los até os confins da terra.

O caracter das ligaduras e do seu carácter negativo como anudador da Ânima achamo-la nas crenças galegas atuais. Quando se produz um enforcamento, a gente evita falar da vitima, já que as Ânimas dos enforcados permanecem no lugar. Isto é devido a que o facto de se suicidar por meio duma soga, supõe que o seu espírito permanece na zona manifestando-se em ocasiões por meio de pequenas luzes que ficam no lugar. A aparição de destas luzes relaciona-se a uma morte violenta, aparecendo até que se abençoe o lugar ou se solucione o caso. Com estas crenças topou Vicente Risco: "No Castro de Caldelas suicidou-se umha pessoa e a pouco viram-se umas pequenas luzes no lugar do suicídio". Outro aspecto da mitologia galega é o da Ânima que se aparece para que lhe "rachem o hábito" e que a sua Ânima possa ser libertada. Mas há que ter cuidado, agindo contrariamente à recomendação do defunto no que diz respeito da forma de rachar, pois senão pode-nos levar com ele. No II Concílio de Braga, ano 572, fica interdito: "Não seja lícito aos bispos e padres fazer encantamentos e ligaduras".

(CONTINÚA)

19/03/2010

Pilgrim's progress

The Guardian
Dan White

It's a burning hot July day in Santa Marta de Ribarteme in the province of Galicia, and I am witnessing a spectacle unique to this tiny mountain village. Known as 'green Spain', Galicia is part of that Celtic strip of Europe which shelters in the mountainous nooks and crannies along the length of the Atlantic coast. Like Brittany and Ireland, it has its own language, culture and traditions, and for one day in the year the church here becomes central to the life and death hopes of the devout for miles around.


Today is the feast day of Santa Marta, the sister of Mary Magdalene, whose faith prompted Jesus to raise Lazarus from the dead. For those who have had a close brush with death and survived, today is payback time. Some of the pilgrims have made their way up the 6km road to the mountain church on their knees. Some are old, and the journey and the emotion have obviously taken their toll.

A couple of young mothers are helped by their families as they make the final, painful circuit of the church, carrying crying children. At journey's end they light a candle to the Virgin of Santa Marta and make their way into the crowded interior. After mass, the pilgrims emerge from the tiny church holding aloft an effigy of the Virgin, which is then borne around the village to the accompaniment of the wails of the pious and the haunting sound of ritually intoned romerias - traditional chants, the origins of which are long forgotten.

After the religious rites, the people settle down in their thousands to enjoy a vast picnic. Octopus is served from evil-smelling vats, and unlabelled bottles of chilled white wine are imbibed with growing enthusiasm. Soon whole families are dozing under the trees waiting for the heat to subside and the band to strike up, heralding the next wave of festivities.

While the pilgrims and villagers were sleeping off their lunch in Santa Marta, we drove north to Santiago de Compostela - Galicia's major tourist attraction. This magnificent granite town looks like one vast, medieval monument; it is also the third holiest site in the Christian world after Jerusalem and Rome. The church claims that the imposing cathedral around which the old town is built houses the remains of St James the Apostle. It is said that after his execution in Jerusalem, his body was bought to Galicia in a mysteriously unmanned boat, on a voyage that took only seven days. According to legend, his remains were discovered here by a hermit who was guided to the place by a vision in the stars. St James was subsequently adopted as the champion of Christian Spain against the Muslim invaders.

03/09/2009

Trinta fachos arderán o luns no castro de Castelo

La Voz de Galicia
2/09/09

Trinta fachos arderán o vindeiro luns día 7 no castro de Castelo, en Taboada. Un ano máis, a festa da Queima das Fachas do Castelo atraerá a ducias de visitantes para unirse a esta tradicional celebración. Nesta ocasión, por primeira vez, a festa celébrase co título de festa de interese turístico, que lles concedeu a Xunta de Galiza a finais do ano pasado.

Tamén nesta edición, a festa coincide coa celebración do congreso etnográfico organizado por Lugopatrimonio, Patrimonio Inmaterial das Terras de Lemos, adicado o día 7 ás fachas do Castelo e a agucios de Vilelos. Esta coincidencia de acontecementos fai pensar ao presidente da Asociación das Fachas e á súa vez ramista das festas, Manuel Fidalgo, que este ano haberá máis xente que nunca. «A festa aparece máis anunciada que nunca e tamén temos máis axuda da Xunta, así que esperamos atraer a un maior número de visitantes», sinalou.

A Xunta concedera o recoñecemento porque en Galicia non se coñece ningunha celebración semellante, na que se rodee o castro do lugar cos fachos, para facelos arder a medianoite. Ademais, esta tradición está vencellada a un castro que ten dous mil anos de antigüidade.


A programación das festas deste ano empeza o luns ás 20.30 horas cunha alborada a cargo de Varacuncas de Rodeiro. Unha hora máis tarde terá lugar a cea popular á beira do castro, á que habitualmente asisten unhas duascentas persoas. Os interesados en asistir deben apuntarse previamente poñéndose en contacto con algún membro da asociación. O prezo é de 10 euros para os socios e 15 euros para o resto. Ás 23.30 horas será a popular queima dos fachos e despois haberá unha verbena a cargo da orquesta Foliada.

O martes día 8 celebrarase unha misa solemne e unha procesión ás 13.30 horas. Seguidamente actuará a orquesta Nova Imperial, que volverá a amenizar a verbena.

O último día das patronais é o mércores. Ás 11.30 horas haberá un pasarúas coa charanga Garrafón.com. Ás 13.30 horas celebrarase unha misa solemne e procesión. A orquesta Tekila será a encargada de amenizar a sesión vermú e a verbena final.

14/05/2009

O Cosmos, os Maios, a Santa Cruz e o traballo...

Opinión de A Coruña
O Labirinto do Alquimista
Felipe Senén López Gómez
3/05/09

Maio, ese tempo do almanaque consagrado á diosa romana Maia, segundo a mitoloxía clásica a maior e mais fermosa das sete Pleiades, as fillas de Atlas e da ninfa mariña Pleione. Maia, deusa da que deriva o nome María, a deusa boa. De apelido Atlánticas e Pleiades, fillas pois desa confluencia do Cosmos e do Océano. Identificadas con esa constelacións de máis de catrocentas estrelas , na que se fan sobranceiras as sete máis escintilantes. Sempre o cabalístico número sete. Asoman no hemisferio norte e póñensen en conxunción co Sol no tempo que vai de maio a novembro. Os meses recomendados para o traballo no agro, para sair da casa e abrir fronteiras, para os periplos de noutrora, odiseas de futuro incerto. Sabíano ben os adiviños magos e meigas de noutrora, e neste país noso fisterrán moi en especial. Cousa especialmente sabida polos miticos tartessos e coincidente coa milenaria tradición china e mesmamente maia, ¿casualidades? Un universo de mitos e ritos levados a grandes construcións con significación astral que se perden no Megalitismo. Moitos templos gregos estaban orientados á posta ou a saída das brilantes Pleiades.


Veleiquí astroarqueoloxías para aquixotar e tolear. Ao fin e ó cabo somos ínfimos anacos de estrela, po cósmico namorado. Na cultura clásica as Pleiades representábanse como sete aves e atopámolas nas lendas castrexas, asociadas a tesouros, como a da galiña cos sete pitos de ouro, tema representado no medievo. Mesmamente sábese i está documentado que perto da fervenza do Xaias e no monte Pindo carnotán atopouse un medallón de bronce, do que se conserva debuxo e foto, coa representación das sete Pleiades a xeito de cabezas de ave, semellante ó que se repite nun tímpano da igrexa románica leridana de Cubells. Medallón e tímpano que no seu esquema compositivo xeométrico reiteran influenzas orientais. A simboloxía estará en relación coas eternas preguntas que se fan no camiño da vida: aves-ovos, caos-cosmos, principio-fin...

Maio, tempo baril onde a conxunción dos Catro Elementos e o traballo frolece para facerse froito. Tempo de nostalxias, no que se tenta lembrar ou regresar ós paraisos perdidos e celebramos a Árbore da Vida, a que afunde as súas raiceiras na terra e ergue as ponlas á luz para verdecer e dar froles , froitos e sementes... ponlas nas que rechouchian os paxariños e baixo a súa sombra acóllense os labradores no seu acougo. Árbore do porvir, celebrada en todas as culturas, reconvertida polo cristianismo en Árbore de Redención, cosmogonía, cruz de sufrimento e renacer. Por algo o profano e o sacro conviven nestes primeiros días do ano en Galiza. Celébrase á árbore frolida en procesións de maios, a un tempo que se fan as romarías da Santa Cruz en moitas carballeiras ou amieirais, espazos abertos, onde mellor soa a gaita e o pandeiro. Nos miles de santuarios que din gardar a reliquia dun Lignun Crucis é o día de expolo e bicalo, de sacar a relocir diante da procesión danzas ancestrais de cintas e arcas de cor.

Pero hai outras advocacións, substratos de cada tempo: no I Congreso Internacional dos Traballadores, celebrado en París no ano 1889 e a raíz dos acontecementos de Chicago, nos que os traballadores esixían a xornada de oito horas diarias, acordóuse que o primeiro día de maio, con tantos ecoares tradiconais, de traballo e frolecer, fose celebrado como a festa da paz e do traballo, na busca dun mundo xusto e igual. Xornada do proletariado, dos traballadores, unidos en manifestacións reivindicativas baixo os símbolos do internacionalismo. Nesas mudas interesadas, ás que é tan propensa a igrexa nomeando e disfrazando santos a súa comenencia, atravéndose incluso a convertir as súas imaxes en guerreiros matarifes, no 1955, o papa Pio XII adxudicou a mesma data á advocación de San Xosé Obreiro, ó carpinteiro bo, afeito ó que lle boten. Hai santos para todo. O franquismo, o que dende os seus primeiros días do 37 suprimira a celebración internacional do traballo, aproveita a norma vaticana para nesta reserva de occidente darlle matices enxebres hispánicos dentro do nacionalcatolicismo. Celebrarase a festa doutro xeito e baixo a batuta da dictadura, con demostracións sindicais nos estadios e pavillóns. Formacións de atletas de alpargata, en camiseta branca e calzóns azuis, folclorismo entre himnos e timbais tapando en xogos xeométricos os problemas, glorificando á trindade: deus, patria, dictador. Namentres en moitas aldeas sobrivivían os maios. E aínda en cidades, como en Pontevedra, onde o sabio Filgueira Valverde, ben a roupado pola boa vila, estudou, espallou e revitalizou o simbolismo de festa, dando puntual cumprimento ó ritual sacroprofan. Actividade que requeria a súa preparación: armar estructuras de madeira, a xeito de conos, cruceiros ou calquera outra forma que invente o maxín, para logo cubrilos de verde e de canta frol hai nestes días, tamén con grinaldas de laranxas, limóns e aínda con ovos. Os nenos disfrázanse, cobríanse de verde natural, arromedando a árbores andantes; as nenas coróanse de froles, como puttis de retabos italianos... e todo queréndose cubrir de vida, de frol, verde e cor: nas portas, nas limieiras, nas xanelas, nos balcóns das casas.... Unha polícroma arte efímera seguindo a tradición, para logo levar os maios en andias, como ídolos, marcando o ritmo batendo paus, cantando coplas satíricas nas que se critica ós malos vicios prendidos na sociedade. Homenaxe á árbore, ó ramo, enseña de fartura nun tempo propicio de ritos de iniciación e de pasaxe na vida.

Festas neste planeta do cosmos, baixo unha e outra advocación e no fondo a mesma mensaxe para esconxurar o mal, pronunciada en diferentes idiomas, acentos e xeitos: solidariedade, traballo e paz. Así sempre haberá moitas outras frolidas primaveras.

25/02/2009

Crise, Entroido, Eleccións...

Opinión de A Coruña
O Labirinto do Alquimista
Felipe Senén López Gómez
22/02/09

Santa, santísima trindade pagana, tres en un para desengrasar ferruxes: Entroido, Crise, Eleccións, alongando as súas gadoupas pola escena. Ano de converxencias, no que haberá máis tema no que inspirarse para argallar disfraz e sair a provocar ó cotián. Introito, Entroido, Entrudio, Antroido... antigas festas dionisíacas, escatoloxía, iniciación, pórtico dun tempo novo, pese a todo, soleado, frorido, esperanzado en froitos e rechouchio de paxaros que retornan... Cheo en símbolos de luz, cor, música, fecundidade, fartura e sempre a ofrecer unha mesa ben servida, disposta á concordia e á leria. Santa bendición do Tempo variable, o que sinalaría coa variña e capucho ( a medio por) o sabio frade de cartón das prediccións meteoroloxicas. Días propicios a calquera cousa, pero sobre todo a relativizar os papeis sociais: arromedar e apoucar ás xerarquias apoltroadas, ridiculizar ós tiburóns financieiros, borrachos, caídos e debruzados nos despachos pola crise que provocaron, para pousar os pes sobre a lentura farturenta do chan. Tempo de conflicto meteorolóxico e mais de crise ("proceso de axuste" din no Goberno), indeciso en vento, chuva, neve ou sol, o que instintivamente e sabiamente ofrece o Entroido dende a prehistoria, na que prende o sentido común, como unha revolta popular ou catarse colectiva que pon o direito do rivés. Non poden as treboadas, a crise, os sermóns, os mitins co que ten fondas e ben repartidas raiceiras, co que está solidamente asentado.Enrédase a tradición e a anovación, a sabia prudencia cos riscos da experimentación que se poñen a proba. Acaida festa de fin e principio para novos resultados.

A máscara en forma de besta brava, cabalo, oso, cervo, touro... acomete coa testa ou cornamenta, lanzando ruxidos, a golpe de bombo, tanxir de sachos, fouciñas, e tintinear de esquilas ou chocas, penetra na aldea, na vila, no mundo civilizado das rutinas, onde sempre se está a facer o mesmo, ambiente abafado, aburrido, colo de cría dos malos vizos. A poderosa e respectada máscara provoca, quer darlle a volta ás cousas para que muden. Cousas dos seres humanos, os que seguimos a ter o primitivo instinto animal, xogos, experimentos, buscas, ata facelos ritos iniciaticos que nos poñen no camiño. Veñen as Carnestolendas, o noso Entroido, cos seus folións, murgas, comparsas, mácaras. Faino como cada ano, e coidamos que, como a mesma crise cae do ceo, como se a deseñasen os deuses, e a eles outorgámoslle as penurias deica apoucar e mirrar o talento, se non nos enfrontamos coa busca de solucións. Pois a creatividade, a retranca, o inxeño nace e medra do conflicto, da crise, igual que despois da treboada sempre escampará ou que despois da negrura da noite ven a alborada. A crise supón algo mal feito que compre enmendar. Algo mal asentado ou sementado, medrado e deforme. Á forza a crise alimenta o maxín e trae progresos, provoca a inventiva, as estratexias para superala e sair do puzo. É, pois, un desafio provocador ás ideas, e os méritos son para quen sabe sobreporse a ela e abre camiños de saída. A verdadeira crise é a da paralise, do aletargamento, asentarse nas rutinas cotians, no fastío, na liturxa e no fume dos anestesiantes botafumeiros da adulación ate caer na agonía por inanición, a crise da incompetencia. A máscara provoca co seus acenos, estrondo, revolve todo, peta nas portas e nas conciencias, contaxia o ambente para provocar a participación colectiva e voltar a empezar.

Coa liberdade do Entroido tanto afrora a creatividade como o peor de cadaquen, igual que na provocadora crise, á que se acolle toda inseguridade. Falar da crise é enturbar, confundir, promovela, en vez de experimentar solucións. E calar neste tempo é contribuir ó conformismo da rutina. Namentres outras máscaras, as dos cartos B, aproveitan o rio revolto, cando todo se vende, móvense pola intraescena, poden mercalo todo, infraetructuras estratéxicas, ate furar no poder. O mal gosto e a barbarie entra no Entroido sen máis premisas que a provocación. Compren os sabios e as súas solucións, as que están nese humanismo que como paradoxo se mingua nos tratados da italiana Bolonia, en favor do mercantilismo globalizador.

O mesmo Entroido e a crise globalízanse: uns miramos pros outros e todos facemos o mesmo. Somellamos feitos por igual patrón, esperamos a velas vir, en comparsa uniformada. En vez de moverse, créanse congresos simposiums sobre a crise, como sobre o Entroido, un sofisticado xeito de burocratización de butaca e apuntes... ábrese unha espita á mesma crise, para derramar máis crise. Gástanse palabras e aspamentos, cando o asunto é o traballo en función da demanda. As solucións son persoais, cada un sabe as súas necesidades, pero tamén colectivas, políticas. Velaí ese outro Entroido, o electoral, xogo de promesas para continuar ou mudar. Tempo de debate pois. A palabra crise é a que máis se escoita entre unha costosa posta en escea, nun ir e vir e chover propaganda pola rosa dos ventos, coa ameaza de non saber experimentar estratexias para superala. Eis a peor crise, a da incompetencia.

Despois da revolta do Entroido, presidido por Meco, Urco, Momo, un deus de cartón e palla que será chamuscado... virá enloitada, con cerulea figura escuchumizada, a Santa Cuaresma. Algo se aprendeu, para acollerse en cavilares e busca de solucións camiño do Calvario, e logo, na Pascua Frorida dar renda solta á bonanza e volta a sublimar os sacrifizos en liturxa ou rutina. A dialectica, a sabia tradición non traizoa. A natureza ten remedio para todo e todos, o asunto é buscalos e atopalos sen destruír.

19/02/2009

O Porco rei na mesa do Entroido

Opinión de A Coruña
O Labirinto do Alquimista
Felipe Senén López Gómez
15/02/09


Sempieterno candidato ó mellor xantar. Manda o porco despezado e a súa cachucha ó fronte na catarse do Entroido. Hai simbiose festiva mediando ese animaliño case da familia labrega, para querelo e hipocritamente axiña devoralo con degoro de rabo á cabeza. Inseparable da imaxe do San Antón, da galiña e do capón no curral ou fervendo nas cacerolas das casas que aínda gardan algo de labrego. O baiés, troiesco e decimonónico Labarta Pose ofrece a súa Oda al cerdo: emperador de la pocilga... pues muerto vales más que muchos vivos... y hasta te haría senador del Reino, canta entre moitos outros aleluias.

Moitos hábitos mudan ou desaparecen aceleradamente por imperativos do consumo. Novos ritos e novos mitos da globalización. Outros van máis a modo, de vagar, de xeito rebelde resisten a sucumbir. A forza do instinto segue sendo leal a días, xeitos e lugares, entre eles as festas que conlevan música, danza, cor e xantar, todo canto entra polos sentidos. Recursos con identidade á hora deses outros sentimentos patrios, os do bandullo, os que non crean divisións e amainan tensións. Plataformas, cofrarías, colegas, empresarios... convenian no tempo das mimosas e as camelias para xuntanse nun convite arredor dun cocido de porco. Acougar para afianzar a amizade, a lealdade artúrica sobre a mesa das sacrosantas paganas tradicións. Reina a cachucha , ela preside a festa, insuperable instalación posmoderna nos escaparates: asentada en cama de grelos, entre grilanda de chourizos, con gravata de androias e chaqué de lacóns e xamóns cruzados. Enseña heráldica do saber gastronómico popular. Porco beatificado, celebrado modernamente cada domingo de Corredoiro como Festa do Cocido no Lalín de Laxeiro, onde tamén ten broncíneo monumento; no domingo de Entroido nas Pontes de García Rodríguez na Feira do Grelo e na Festa da Cachucha no Carballiño de meu. Veleiquí un dos tópicos nacidos do pote e das lareiras, arredor de contos, cantares e saberes petruciais de loito e pana, de boina e pano. Liturxa que se modifica.

O porco foi sagrado totem e algo máis. O arqueólogo portugués Santos Junior ten estudado a cuestión do prehistórico culto ós verróns no sur de Galiza, en Tras os Montes, Zamora e Salamanca... país de charros, aventureiros ás américas, que nas súas idas e voltas saben levar e traer tradicións para celebrar tan sui generis o Entroido como a Semana Santa. Porco, cocho, marrau, chancho, gorrino... pegado á casa, como un máis do clan, cos seus andares señoritos, refocilgando en todo, con cortello e maseira propia, co previlexio de reaproveitar un sartego ancestral como pía na que se lle bota a lavadura. Nai porca cos seus chanchiños a mamar e a aprender a ser... animaliños de indeciso futuro, presuntamente poderosos exercitadores de febrosos xamóns, ou o peor, con futuro fendido, como santiños inocentes, torturados, dourados leitóns ó forno, entre ensalada e tomate, nos mesóns casteláns.

A Condesa de Pardo Bazán nos seus dous libros de Cocina Española (antigua e moderna), pioneira tamén nesto, ofrece recetarios recollidos do saber ancestral das cociñeiras das casonas de Banga, Meirás, A Coruña, sumando outras cursis innovacions aprendidas polo mundo, experimentos entre fogóns, tixolas, tarteiras e potas, ós que, segundo o seu modo ponlle apelido con marca "regional" ou "vernácula, al estilo de Meirás". O Porco ten seus previlexiados capítulos. Manuel María Puga e Parga, Picadillo, segue a tradición, para meterse nos recetarios de "nuestros platos... de a pie, o de infantería, como si dijéramos..." na Cocina Práctica, poida que o libro galego máis lido, cun ben artellado prólogo dunha Doña Emilia que outea e se entromete en todo acontecer: "La cocina de Picadillo es clásica, tradicional; no a la antigua española, a la marinedina añeja, platos del tiempo de mi niñez, familiares, sabores amigos. La monotonía horrible de la cocina francesa vertida al castellano está proscrita de la cátedra de Picadillo. Esto me ha puesto de buenas con él...."

Picadillo esténdese no tema do porco, non podía ser doutro xeito e comenza intruducindo pola matanza: participativo ritual, cruel e bárbaro, oficiado por un respectado matachín: a seducción do animal polo engano, atraído polo cantando garimoso diminitivo de quino, quino, quin... do que o poderoso e abaneante corpo somella desconfiar, ate acelerarse a traicioeira persecución para rematar botándose a él con máns, corpo e cordas, ate derrubalo e deitalo no banco, amarrado, espetarlle o coitelo na gorxa... os gruñidos de clemencia cravándose no sentimento e no ecoar da aldea... o sangue a caer nos barreñóns e a batelo... os estertores... logo pousalo no chán, cubrilo de palla e os fachicos chamuscando o corpo.... o lavado con pedras e auga, fóra as pezuñas... aquel cheiro... penduralo no alpendre, abrilo, vacialo, solicitar a vincha e o rabo... e ó día despois despezalo para logo pasar polo sal, afumados con loureiro e ourogo, lavar as tripas. E desa carnicería resultar, manteiga, chicharróns, xamón, lacóns, embutir chourizos, longanizas, botelo e outras delicatessen que poñen a proba a marca do saber facer, para distinguir vilas, casas, carniceiros... para circular por todo o mundo de forma legal ou clandestina. Base dunha industria non do gosto semita, propicia para amolecer aceirudas decisións e mover caciques, cavilaría Otero Pedrayo, o autor daqueles sonados versos ó Xamón: Rei da lareira, carne petrucia, da Raza esgrevia gardas o zume...

Os Catro Elementos póñense en acción, a ferver catro horas sobre unha pota. Sábese ben que un bo coido propicia un bo caldo para abrir ou pechar boca. Que o segredo do unto é imprescindible, os grelos ou as verzas igual, como as fabas, os garavanzos, a pataca... todo tronzado, a cachucha, lacón, xamón, touciño da barriga, rabo, chourizos e botelo, e pra maior adorno sumar outras carnes, de capón ou galiña, falda e xarrete de xato... Hai cocidos pobres e ricos. Os maragatos pechan os seus farturentos xantares cun caldo limpo que somella tonificalo todo, sen outros timbales, nen azucrados pandeiros...a partir daquí a seguir camiño.

No Entroido a mesa é un altar, relavada con lixivia...cuncas de louza branca e viño novo espeso, fontes de grelos, garavanzos, cachelos, chourizos, androia... lacón, cachucha esfolada, capón... filloas, orellas de frade... clásico bodegón, naturezas mortas para avivar ó clan falangueiro, de meixelas roxas, a recibir á primavera e prepararse para as anunciadas recesións de dona Coaresma, segundo manda a santa e sabia tradición, e por algo será. Veleiquí pois algo da nosa propia e intransferibele prehistoria nesta resabiada Historia, que colle como centro de seu calquera mundano square, ó que asoman multinacionais, comedores sintéticos de concorridos de robots.