06/02/2011

Voluntários na descoberta do património povoense

Correio do Minho
5/02/2011
Cávado - Lurdes Marques

Aproximar as populações ao património e envolver, activamente, voluntários nos trabalhos de prospecção e escavação é um dos objectivos do projecto.

“O Núcleo de Megalítico da Carvallha, Póvoa de Lanhoso, no contexto do Megalítico do Noroeste Português”, a desenvolver pelo Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, em parceria com o CITCEM, da Universidade do Minho, e a Palimpcesto.

Na apresentação do projecto, que decorreu na tarde de ontem, na Sala de Interpretação do Território, na Póvoa de Lanhoso, Fátima Moreira, vereadora da Cultura do município povoense, destacou que o projecto do Núcleo Megalítico da Carvalha, que se estende de 2011 a 2014, pretende dar continuidade aos trabalhos iniciados, em 2007, na Mamoa da Tojeira, em S. Gens de Calvos, e alargar esses mesmos trabalhos a uma outra Mamoa existente nas proximidades. Deste modo, os trabalhos têm o seu início na Mamoa da Tojeira e estendem-se à Mamoa de Madorro, localizada a cerca de 220 metros.

Estado actual da Mamoa da Tojeira

Num ano em que se comemora o Ano Internacional do Voluntariado, a autarquia povoense pretende que o trabalho envol- va voluntários, sobretudo jovens estudantes, aproximando os mais novos das questões relacionadas com o património cultural.

“Pela primeira vez, na Póvoa de Lanhoso, lançamos um projecto que visa estudar um período da história que não tem sido muito trabalhado, nem muito investigado”, revelou Fátima Moreir a, adiantando ainda que o projecto pretende “aproximar o público, e sobretudo o público jovem, ao património da Póvoa de Lanhoso, no sentido de o conhecer e o preservar”.

Para além do envolvimento do voluntariado nos vários trabalhos, a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso espera conseguir, no final, a elaboração dum trabalho científico, resultante dos trabalhos de prospecção e investigação que ali vão ser realizados.

Escavações terão o seu auge em Julho
A recolha bibliográfica, o levantamento histórico, o levantamento etnográfico, a prospecção, por sistema de batida-a-pé e por métodos geofísicos são algumas das etapas que antecedem a escavação, que será realizada, de forma sistemática, em Julho de 2011, conforme deu conta o arqueólogo Rui Barbosa, do CITCEM.

Depois da escavação segue-se o tratamento do espólio exumado, as várias análises laboratoiais e redacção e publicação de resultados, com o estudo monográfico do arqueosítio. Promover, anualmente, a comunicação/exposição do balanço dos resultados, apresentar dados à comunidade científica e a divulgação dos resultados através da realização de artigos científicos são alguns dos pontos que constam do projecto que se estende até 2014. Sublinhe-se que para além dos trabalhos de sensibilização, o Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal da Pó-voa de Lanhoso está a preparar, para Agosto de 2001, uma escavação em Viacova, na freguesia de Lanhoso.

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