30/12/2011

Cousas do Nadal



Cousas do Nadal - Ao pé da lenda*

Por Marcial Tenreiro e Luís Gómez


Acomodados na calefaçom central das nossas casas ou em calefatores elétricos estamos deixando no esquecimento o moi antigo rito de cambiar o lume das lareiras no Nadal. Pola volta do vinte quatro de Dezembro costumava-se botar um grande lenho ao lume para que ardese deica a metade. O resto guardava-se até que os temidos pedraço, que estragava as colheitas, e o trevom, cujos lóstregos causavam moitas mortes a persoas e animais domésticos, apareciam; era entom quando se botava a arder o resto do lenho para afastar esses grandes males.

O tiçom de Nadal
Era costume moi comum quando chegavam estas datas, apagar em cada casa o lume e limpar as lareiras quitando todos os restos da borralha acumulada no ano. Logo se ia ao adro da igreja onde se fazia umha fogueira da que cada vizinho acendia um pau que levava para a sua casa, e com ele devia prender-se de novo o lume, que ardia durante vários dias. Neste fogo deixava-se consumir um grande lenho do que se guardava parte como elemento de proteçom para determinados casos, coma o trevom e o pedraço.

No ano 1541 o bispo de Mondonhedo, Antonio de Guevara conta o seguinte: “[...] constou-nos pola visita que na noite de Nadal botam um grande lenho no lume que dura até o Aninovo, que chamam tiçóm de Nadal, e dam despois para quitar as quenturas daquele tiçom...”

Ao respeito do tiçom comenta Taboada Chivite que nalguns lugares o lume novo se prende à manha do Sábado Santo. Despois de abençoado no adro da igreja, a vizinhança colhia tiçons acesos para levarem às suas casas e prender o novo lume.

Respondendo ao mesmo fundo cultural, em Gales existia a crença de que as cinzas do Cyff Nadolig ("lume novo"), que ardia durante doze dias, tinha um caráter protetor frente ao mal, e eram misturadas coa semente na procura dumha boa colheita.
Os lumes de Nadal e de fim de ano
Nalgumhas zonas da Galiza, prendiam um lume na Noite-boa que nom se deixava morrer para que vinhesem as ánimas a se quencer. O mesmo sucedia em Portugal. Polo mesmo motivo nom se recolhiam as mesas e deixavam comida porque se pensava que no banquete tamém participavam os finados da casa. De igual maneira o lume estava presente nas celebraçons do fim do ano, de arredor do adro da igreja a comunidade reunia-se entorno a umha fogueira feita polos vizinhos. O lume desta lumieira era denominado lume novo, e sobre ele saltavam os presentes. Nalguns sítios consideravam que existia umha relaçom entre a direçom na que ardia a fogueira e o tempo que ia fazer durante o resto do ano, de jeito que se aproveitava a festa para fazer presságios metereológicos. Algo similar acontecia em terras galesas, os velhos olhavam o tempo que fazia em cada um dos primeiros doze dias do ano porque haviam ter correspondência com cada um dos meses do novo ano.

Costumes similares tamém aparecem noutros lugares referidos à festividade de Sam Silvestre, no primeiro dia do ano, como resultado dum despraçamento das datas.

Por outra banda, em Becerreá quando o ano chegava à sua fim, os moços dumha parróquia levavam a outra um boneco de palha, que simbolizava o ano velho, para queimá-lo publicamente. Este ato era considerado como unha grave afronta para os da parróquia vizinha.

A possível explicaçom a todos estes ritos podemo-la achar, seguramente, nos rituais ígneos celebrados na festividade céltica do Samhain, que se correspondia co trânsito do ano velho ao novo. Em Irlanda apagavam todos os lumes, e no território de Meath prendiam umha grande lumeirada da que tinha de partir o fogo para todos os novos lumes do País.


O roscom de Reis.
Este doce que se come o dia de Reis agocha unha sorpresa no seu interior. Em moitos lugares som os padrinhos os que lhelo dam aos afilhados na data sinalada cun obxecto agochado que na actualidade pasa por algo inocente. Em Gales tamém se adoitaba comer un biscoito especial nestas datas. A noite de Reis com moitvo da celebraçom fazia-se umha festa na que os mais velhos cortavan os biscoitos e repartiam, figuradamente entre Cristo, a Virgem, os Magos de Oriente e os presentes que o comiam. Dentro destes biscoitos habia un anel, e a quen lhe tocava o cacho no que estava o anel era escolhido rei da festa.

Em origem o significado do obxecto agochado era moito mais macabro. Frazer fala de como no século XIX faciam em Escócia um pastel que tinha no seu interior algo acochado, comumente um cacho de tiçom sacado do lume. Para quen lhe tocava era um sinal de mal agoiro. O próprio Frazer afirma que em origem a quen lhe tocase a peça que estava dentro do pastel havia ser sacrificado no lume para honrar os deuses, fato do que quedaria umha pegada no costume de botar por riba do lume o que atopara a peça.

Sem mais, aguardamos que tenham umhas boas festas e um feliz Aninovo, e emprazamo-los para a vindeira ocasiom na que si seguiremos a falar do arco da velha.


* Este breve artigo foi publicado no Nadal de 1999 no suplemento Nordesía, do Diario de Ferrol. Forma parte da ducia mais un de artigos que conformaron a sección Ao Pé da Lenda. Foi escrito e publicado na norma reintegracionista da AS-PG, hoxe en desuso, polo que na presente edición fixemos adaptacións ortográficas para manter unha coherencia coa normativa reintegracionista vixente actualmente.


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